terça-feira, 22 de julho de 2014

Mangá: Reimei no Arcana

Reimei no Arcana




Em japonês: 黎明のアルカナ

Volumes: 13

Capítulos: 53


Autor: Rei Toma

Nota:





Sinopse: Em uma ilha, dois reinos, Senan e Belquat, vivem em guerra, até que seus reis resolvem fazer um acordo celebrando o matrimônio entre a princesa de Senan, Nakaba, e o príncipe de Belquat, Ceasar. Nesses reinos, a aristocracia é de uma linhagem que possui o cabelo preto, Nakaba sempre fora rejeitada pela família real, por ser fruto de um romance da princesa com um plebeu (e possuir cabelos vermelhos herdados do pai) e fora oferecida ao país inimigo como sacrifício, acompanhada apenas do seu fiel cão de guarda, Loki - um Ajin - que promete protegê-la de todos, inclusive de seu marido.


A arte do mangá é muito bem feita, os traços são elegantes e a história é bem interessante, particularmente não me incomoda o fato de existirem outra raça - os Ajins - que seriam bem mais poderosos que os seres humanos mas, surpreendentemente, são subjugados pelos primeiros, o que seria meio estranho. 
O mangá se inicia com a união de Nakaba e Ceasar, a princesa renegada de Senan e o segundo príncipe de Belquat em busca de uma aliança de paz que já teve várias tentativas frustradas no passado. Nesse começo parece se tratar somente de um conflito de países, mas conforme a história vai se desenvolvendo são despertados conflitos ideológicos entre as personagens que levam ao desfecho de toda a narrativa, com direito a muita falcatrua, traição e mentiras, além de sacrifícios pessoais, e prol de um ideal que no inicio parece ser inalcançável. 
Nakaba é a tipica rejeitada que concede a outra face, muito gentil, mas ao mesmo tempo perigosa e implacável quando se trata de defender o que acredita sempre auxiliada por seu fiel "cão" de guarda, o Ajin Loki, que é capaz de qualquer coisa para defender sua princesa.
Já Ceasar é um príncipe que foi ensinado desde criança a acreditar que por ser da realeza podia explorar os outros e fazer com eles o que quisesse, pois esse era seu direito. Mas acaba percebendo que as coisas não são bem assim quando conhece Nakaba e ela se nega a ceder a ele, a forma como a moça o encara e sua força de vontade, acaba conquistando-o.
A forma como as histórias pessoais das personagens são trabalhadas, para mim, deixa clara a ideia de que apesar da sociedade moldar quem somos e o que acreditamos, nós podemos lutar contra isso, podemos acreditar que o mundo pode ser diferente e que pensar igual nem sempre é o certo, as vezes é necessário enfrentar o peso de ser diferente.
E algo que gosto muito, como já disse em outras resenhas, é o crescimento pessoal existente em grande parte dos mangás que leio. São como a vida, sempre estamos aprendendo e nunca podemos parar no tempo, se o fizermos seremos deixados parar trás e tudo, tudo mesmo, é um grande aprendizado. 

Além do conflito entre realeza (comumente formada por pessoas de cabelos negros) e pessoas comuns (que possuem como característica principal cabelos loiros ou vermelhos), existe ainda o conflito entre Ajins - uma raça que é meio animal meio ser humano. E o preconceito entre as três camadas da sociedade é gigantesco. Ter uma pessoa de cabelos loiros ou vermelhos na família real é considerado uma vergonha, tanto que Nakaba passa basicamente sua vida toda encerrada em uma torre por ter cabelos rubros.
Nakaba possui ainda um poder poderoso e perigoso, o Arcana do tempo que lhe permite conhecer o passado, presente e futuro,  e precisa esconder isso ou pode ser usada como uma arma por Belquat.
Enfim, é um mangá lindo e possui uma história cativante que em muitos momentos me cortou o coração pois não se trata de uma historinha perfeita, com personagens perfeitos e com amores perfeitos. A maioria é composta por pessoas "quebradas" e a forma como o relacionamento de uma personagem modifica a vida da outra é simplesmente fascinante.


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