quinta-feira, 11 de junho de 2015

Livro: Os sofrimentos do Jovem Werther

Os sofrimentos do jovem Werther


Autor: Johann Wolfgang von Goethe 


Muitos livros me conquistaram completamente durante toda a minha vida, Werther definitivamente foi um deles, tanto que foi, inclusive, tema de minha monografia de literatura alemã na faculdade. Eu sou apaixonada por Werther, tudo nele me cativa e me encanta, desde a fluidez do texto a expressividade e beleza dessa escrita poética que não cansa de me deixar maravilhada.
Publicado em 1774, Os sofrimentos do jovem Werther, em alemão, Die Leiden des jungen Werther, romance epistolar de Johann Wolfgang von Goethe, fez um sucesso tão estrondoso que foi considerado o primeiro Best-seller da literatura alemã, além disso, dezenas de jovens, buscando inspirar-se em Werther e seu extremismo apaixonado, viriam a cometer suicídio por toda a Alemanha.
Narrado em primeira pessoa, o livro possui notas de rodapé que indicam que alguns nomes e locais foram substituídos por dados fictícios, o que contribui para que o leitor realmente acredite no narrador, como se a história narrada e a personagem fizessem parte de seu próprio mundo, assim sendo, fica mais fácil para o leitor acreditar na transposição das emoções e sofrimentos do autor para as páginas deste livro.


Vale lembrar, que, apesar de tratar-se de personagens, situações e uma história fictícia, segundo estudiosos de Goethe, ele passou por uma situação muito parecida pouco antes de dar inicio a seu romance.  Segundo as histórias, enquanto exercia o Direito na cidade de Wetzlar, que era o centro da corte de Justiça Imperial, Goethe conheceu Charlotte Buff, por quem se apaixonou perdidamente, o problema: sua amada era a noiva de um de seus colegas mais íntimos, o que lhe causou grande sofrimento quase o levando a cometer suicídio o que teria lhe rendido a ideia para Os sofrimentos do Jovem Werther.

Em Os sofrimentos do jovem Werther, é através das cartas enviadas por Werther a seu amigo Wilhem que o leitor tem contato com toda a história dessa personagem tempestuosa e repleta de fraquezas, vícios e defeitos, além de uma inteligência e paixão impar, que encontra na morte a única saída para uma vida que não pode ser plena, já que ele nunca poderia ter aquilo que mais desejava e, claramente não se encaixava ao mundo.
Esse romance é, sobretudo, sobre uma paixão extrema, não só pela amada, mas sim por tudo, Werther não tem limites, ele vive tudo intensamente desejando beber a vida de um só trago, com uma vontade e uma sede que parecem não se encaixar em um mundo burguês que é dominado pelas aparências e as máscaras sociais.
Para quem gosta do Romantismo esse livro é simplesmente perfeito e eu recomendo fortemente a sua leitura.
E se alguém me disser: "Ah mas esse livro é tão antigo, não quero quer algo tão velho". Eu digo que Werther SEMPRE será atual, é um clássico que transcende a passagem dos anos pois aborda questões humanas e problemáticas que nunca terão uma resposta definitiva como religião e o eterno questionamento do motivo pelo qual existimos, amor, desigualdade social, a valorização do ter em detrimento do ser.

Além disso tudo que já foi dito, o triângulo amoroso que se forma entre Charlotte, Werther e Albert é tão intenso e puro ao mesmo tempo, tão lindo... Que não tem como não se apaixonar pela narrativa, sério.

Minha nota (obviamente) é: 10!

Ps: O quadro Caminhante Sobre o Mar de Névoa  é uma pintura de 1818 do artista alemão Caspar David Friedrich.

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