sexta-feira, 22 de agosto de 2014

[Mangá] Fruits Basket

Fruits Basket



Em japonês: フルーツバスケット
Autor(a): Natsuki Takaya
Volumes: 23
Cap.: 123
Gêneros: Comédia, Romance, Drama, Shoujo, Sobrenatural, Escolar.



Sinopse: Após sua mãe morrer em um acidente de carro no caminho do trabalho, a estudante Tohru Honda vai morar com seu avô paterno. No entanto, ele decide ir morar com sua filha e os filhos dela, mas, como a casa precisaria ser reformada antes, pergunta a neta se ela não poderia morar com uma amiga durante a reforma. Sendo que sua amiga Saki Hanajima já possuía 5 pessoas morando com ela e sua amiga Arisa Uotani morava em um apartamento muito apertado, ela decide morar em uma barraca durante esse período, não contando a ninguém. Não demora muito para que Tohru descubra que, na mesma região que ela havia escolhido para montar a sua barraca, havia uma casa onde morava o seu colega de classe Yuki Sohma e seus primos, Shigure e Kyo, onde ela acaba indo morar, depois de um deslizamento que soterra sua barraca. Posteriormente, Tohru acaba descobrindo o segredo da família Sohma: Existem 13 pessoas na família que possuem a maldição de se transformarem em animais do horóscopo chinês quando estão muito fracos ou são abraçados por alguém do sexo oposto. Apesar disso, ela promete guardá-lo e tem permissão para continuar vivendo com eles.



Resenha:

Primeiramente quero dizer que esse mangá é um dos melhores que já li, comparável com NANA (que até hoje continua sem final ;/), mesmo sendo de gêneros diferentes. Foi um dos primeiros mangás que li e realmente fez com que eu me apaixonasse por eles, foi o primeiro de muitos.



A história se inicia com Tohru, uma garota que devido a diversos problemas em sua vida acaba mudando-se para uma barraca na floresta quando seu avô decide mudar-se para a casa da filha enquanto sua casa passava por reformas. Tohru, por ser gentil demais e não querer incomodar ninguém, mente para o avô dizendo que irá ficar na casa de uma amiga, e ele acredita. Ela vive em meio aos insetos e o silêncio, trabalhando e estudando, até que conhece Yuki Sohma o carinha bonitinho e misterioso do colégio em que estuda, cuja família é dona do terreno em que ela havia se instalado. São eles que a salvam dessa enrascada quando devido a um deslizamento, Tohru quase morre soterrada e perde os poucos itens que tinha. 

A partir de então Shigure - primo de Yuki com o qual o mesmo vive - convida-a para morar com eles, já que por serem só homens naquela casa eles realmente precisavam contratar alguém para limpar e cozinhar para eles. Porém, há algo de estranho com essa família, um segredo que não demora muito a ser revelado, já que os integrantes dessa  família foram amaldiçoados e devido a isso treze membros da família Sohma estão destinados a se transformarem em um dos animais do horóscopo chinês quando se encontram em estado de fraqueza ou quando abraçados por alguém do sexo oposto. 
Ela decide então ajudá-los e guardar seu segredo custe o que custar. 
Nem é preciso dizer que no início da história grande parte dos membros da família se sentem inseguros e temem que Tohru revele seus segredos, mas quando eles começam a perceber que a garota é confiável sua forma de vê-la vai mudando pouco a pouco e ela passa a ser conhecida por toda a família, mesmo que lentamente e conquistando sua simpatia.
Mas nem tudo são flores, pois no decorrer da história ela acaba sofrendo bastante para conquistar a confiança deles, principalmente, quando a ira de Akito se volta contra ela por estar tornando a vida dos membros da família mais coloridas, o que lhe causa inveja.
A forma como ela interage com eles, sempre paciente, gentil e solicita, acaba mudando eles como eles nunca imaginaram possível e pouco a pouco Tohru passa a conhecer cada um deles, suas histórias, seus traumas e cada animal em que eles se transformam.  

O enredo é bem dramático, mas também é muito engraçado e psicológico. 
E as histórias de amor e relacionamentos que se desenvolvem são lindos.
Chorei, ri e refleti muito ao ler esse mangá e recomendo muito sua leitura. Tohru, os Sohma e suas amigas irão certamente te cativar também.

Ps: Li o mangá por causa do anime, e mesmo que você tenha visto o anime, leia o mangá, pois a história se desenvolve muito mais no mangá. E existem personagens que nem aparecem no anime.




Informação adicional:

A lenda do horóscopo chinês conta que Deus daria uma festa e mandou convidar todos os animais, pedindo para que eles não se atrasassem. Porém, assim que soube da festa, o Rato foi até o Gato e o enganou dizendo que a festa seria outro dia. Com isso, no dia da festa todos os animais estavam presentes, exceto o Gato, que esperava ansioso o dia da festa. Com isso, o Gato ficou de fora do Horóscopo Chinês.

Fruits Basket é o nome de uma brincadeira conhecida no Japão, onde cada participante leva o nome de uma fruta. Só que a Tohru, quando brincava na escola, sempre era o “bolinho de arroz” (onigiri), que por não ser uma fruta era geralmente deixado de lado.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

[Livro] Quem é você, Alasca?

Quem é você, Alasca? 


Autor: John Greene

Sinopse: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez". 

***

Minha opinião: Sempre tive vontade de ler um livro do Sr. Greene, pois vários amigos já me indicaram livros dele - nem sempre o mesmo. Obviamente, a cada amigo que me indicava o dito cujo mais interesse eu tinha, então, dias atrás minha irmã chegou com o livro "Quem é você, Alasca?" que emprestou de um amigo na escola, então pensei: finalmente. O livro ainda permaneceu por alguns dias na minha cabeceira, mas quando resolvi começar a ler, não consegui mais parar. Posso dizer com toda franqueza que todas as indicações que recebi não mentira, o cara realmente escreve demais. E não são clichês recheados de finais felizes ou de amores impossíveis e pessoas rasas, são personagens intensos e problemáticos. Talvez, quando leio reparo muito nessas coisas em quão críveis são os personagens, mas não posso evitar, é algo que me chama atenção.  
E o livro começa com uma contagem regressiva para algo - eu não sabia nada sobre o enredo da história, logo, fui pega de surpresa pelo desfecho, apesar de a partir de certo ponto dar pra imaginar, eu não queria acreditar - e acaba sendo o antes e depois de um acontecimento que muda totalmente a vida do personagem principal, Miles (O Gordo) e todos que o rodeiam pois vai mudar a maneira como eles veem a vida e marcá-los para o resto de suas vidas.
E a forma como Miles trabalha essa tragédia, primeiro lidando com a negação, a aceitação, para em seguida lidar com a dor em si é simplesmente lindo. 
Algo que achei bem interessante foi o fato do personagem principal ter como hobby "últimas palavras", ele colecionava as ultimas palavras de célebres mortos e duas com maior destaque permeiam a obra toda, são as supostas frases finais de Simón Bolivar, "Como sairei deste labirinto?" e a de François Rabelais, "Saio em busca de um Grande Talvez".  
 

De forma especifica, a frase de Rabelais é o que motiva Miles do começo ao meio da obra, pois ele está obcecado com a possibilidade de ter o seu Grande Talvez que parece nunca chegar, e a partir do meio da obra, ou do depois, a obra gira em torno do labirinto e o que seria ele e se estamos presos nele, como fazer para escapar? No fim da obra inclusive Miles escreve a sua própria versão do que seria esse labirinto e como sair dele, acho que só por aquele bilhete que Miles deixa para seu amigo, o coronel, já vale a leitura, porque é recheado de filosofia e pensamentos, tanto perturbadores quanto tranquilizadores.



A história se passa em um colégio interno chamado Culver Creek e é onde Miles, o garoto retraído e sem amigos, conhece o Coronel, Alasca, Takumi e Lara, que acabam tornando-se seus amigos e recheando sua vida de memórias e novas experiências. Obviamente ele acaba se apaixonando por Alasca, uma garota sensual e inteligente, mas problemática. Alasca possuí uma biblioteca pessoal que montou através de lojas de garagem - bem comum nos EUA - e que ela chama de "livros da minha vida" pois são os livros que ela deseja ler durante a sua vida. É algo que encanta Miles ainda mais. Alasca é imprevisível e impetuosa, forte e ao mesmo tempo muito frágil, de uma fragilidade causada pela dor que veio para ela muito cedo, com a morte de sua mãe, bem diante de seus olhos. No decorrer do livro fica claro que o motivo das ações de Alasca serem tão inconsequentes é justamente o fato dela não poder ter feito nada para salvar a mãe.

O livro em si é realmente muito bom e recomendo fortemente, é lindo. Possui sacadas realmente muito interessantes e vai te fazer pensar um pouco mais na vida - se você for esse tipo de leitor. 


“Tantos de nós teríamos que conviver com coisas feitas e deixadas por fazer naquele dia. Coisas que terminaram mal, coisas que pareceram normais na hora, porque não tínhamos como prever o futuro. Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de conseqüências que resulta de nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil.”

John Green - Quem é você, Alasca?